Museu do Côa
Só as oliveiras e as amendoeiras, que insistem em entrecortar a verde o imenso mar de bege e castanho que parece irradiar fogo neste dia de canícula, nos acompanham pela estrada fora quando procuramos que cada curva nos revele a anunciada grandiosidade do museu. Não fossem as placas de estacionamento e jamais julgaríamos ter chegado. Está desde logo conseguido o primeiro dos critérios para ser grande: ser simples. Umas escadas íngremes convidam-nos a ir fundo numa gigantesca estrutura de linhas direitas que sendo enorme é igual a tudo o que a rodeia, permitindo que só o rio no seu correr azul continue a ser o elemento que se destaca quando olhamos em redor. Segunda virtude: discrição. E depois, percorrendo as sucessivas salas imensas pintadas de negro, entramos na vertigem do tempo para chegarmos às linhas que marcaram a pedra do paleolítico até hoje. Não sabemos se o que é actualmente oferecido aos nossos olhos foi em outro tempo comunicação, arte, entretém ou religião. Pode at...