Janelas com vista para o sol…
Quando um colega de um país que não Portugal, se senta ao meu lado na mesa onde iremos trabalhar em grupo durante esse dia e saca da pasta, um coelho de peluche que coloca em cima da dita mesa, fazendo uma foto com o telemóvel antes de o devolver imediatamente à pasta, o meu ar de curiosidade destravada terá motivado uma explicação. - Sempre que venho trabalhar para fora, o meu filho pequeno, não podendo acompanhar-me, entrega-me o seu boneco preferido para que eu o sinta mais perto e tenha menos saudades. Todos os dias lhe mando notícias do seu coelho. Ainda existe amor à superfície destes dias cinzentos. Amor e poesia, que são afinal a mesma coisa. Com um imenso prazer, recorto este momento e colo-o em destaque sobre a minha “agenda”, como fonte guardada no bolso de quem às vezes tem de atravessar ou provar o deserto. Depois, é à beira de instantes assim que posso garantir a um amigo que o Céu lhe devolve o seu anjo pela madrugada, ou consigo alinhavar três versos (daqu