Estes dias sem botox…
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A meio de uma tarde de primavera, e vindo de norte para sul, cruzei no outro dia, o vale do rio Douro, comprovando pela milésima vez, que esta é uma das rugas mais extraordinárias com que o tempo marcou a face e a idade da Terra. Horas antes, tinha entrado numa igreja em Vila Real, e tinha-me deparado com a azáfama de duas senhoras que cobriam com panos, duas imagens de santos já colocadas nos andores. Correndo o risco de ferir a sensibilidade dos meus amigos mais ligados à teologia, permitam-me que vos confesse não ser particular apreciador do tempo da quaresma. Primeiro porque não gosto dos dias que nos afastam das flores, e depois, porque nunca será no deserto que alguém se poderá encontrar: eu sou aquilo que semeio no coração e na vida dos outros, sendo neles que me revejo e, de caminho, encontro a Deus. Para além de que esta coisa do silêncio e do ruído é tão relativa… A cruzar o Douro lembrei-me, inevitavelmente, de Torga e de São Leonardo de Galafura: “ É lentam...