Esta água que nos quer...
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Estar de férias é virar as costas ao relógio, que ainda assim, manifestando total indiferença para com a nossa atitude, segue no seu ritmo normal, arrancando-nos cruelmente à infância. Sinto-o sempre de forma clara, mas muito especialmente neste “quem dá o braço a quem”, quando caminho com os meus pais a caminho da fonte do Gerês, algo indiferentes à linguagem açambarcadora dos jerricans. Fazemos o percurso cinco vezes por dia para que, chegados à base da montanha, tomemos um copo da água morna que o céu deitou sobre ela, apelando a que a enchesse com as suas melhores e maiores virtudes. E assim, cada gole de água é uma bênção e um padre nosso bebido da Terra, apelando ao céu vida e saúde. Tão íntima e eficaz se faz esta prece, que às vezes, mesmo sendo agosto, o dia emudece o sol e faz descer o céu até nós, deixando que as nuvens nos abracem de água, tal qual usa fazer com a serra. Então, no caudal do rio que corre além defronte, para lá dos odores da giesta, do medro...