As quatro estações...
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBugeAjaPJMbMyFC2Jjq99KFVi3OMdEN1D1zU7tGLmawTcZFxDZXVIRkTvYtZF8L-uGYK3N7BMj2dlXlwsSeIt3BanC8MV7Ac53JvdhOLySFm9Z68GdDpjn9S-WkYyratZIT3T_JPjs6uG/s320/Amigos+1.jpg)
Em modo de espera, o telefone do hospital deixa-me com as quatro estações, de Vivaldi. Poderia então ser transportado para o ano de 1996, e para um concerto, algures em Praga, numa igreja barroca onde todas as imagens pareciam ter sido tomadas por uma qualquer surpresa, com o seu ar de espanto a obrigar-nos a moderar o riso, não fosse ele perturbar a excelência da obra do músico veneziano. Mas não. A espera levou-me até ao início dos anos oitenta, e ao meu grupo de amigos, em Vila Viçosa. Chamávamo-nos “Sementes de Esperança” e organizávamos saraus onde líamos poemas de Jorge de Sena, e onde uma vez, para nos vestirmos de Outono, usámos uma velha saia de camilha de cor castanha. Descosemos um pedaço e o João Paulo enfiou por aí a cabeça, ficando com uma capa em tons de entre outubro e novembro. Vivaldi continua a soar desde o outro lado da linha... Viver é a arte de desenhar e construir as próprias estações, cumprindo o sonho, tantas vezes a partir de nada mais do q...