A minha amiga Maria Emilia
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Há dias em que, antes de nos sentarmos para escrever, puxamos uma braçada de flores do campo para cima da mesa, não vá acontecer que as palavras se nos fujam, ou que não as encontremos no seu melhor, e mais fiel significado, necessitando que os malmequeres, o alecrim, a giesta… nos ajudem compondo de verdade, a forma e o perfume do sentir que queremos contar. Esta tarde escrevo com a minha mesa inundada de flores. Muitas, e de todas as cores que conheço. É verdade, e também trouxe gargalhadas, imensas e gordas, aos molhos ou dispersas por aqui, porque vou falar da Maria Emilia. Caminhando devagar pela galeria de memórias que guardei da primavera de 1992, quando a conheci na altura em que eu terminava o Serviço Militar, e começámos a trabalhar juntos numa empresa farmacêutica que tinha sede no Prior Velho, eu, que tinha então menos de metade da idade de hoje, vejo-me mais envelhecido. Consigo até vislumbrar-me aborrecido e irritante, por entre tantas certezas e inabaláveis convi...