E viveremos felizes para sempre?

Fosse a vida uma História da Carochinha e hoje estaríamos a passar à fase pós ponto final, o momento em que descansados, viveríamos felizes para sempre.
Na sexta-feira passada, o príncipe casou com a plebeia e concretizou mais uma vez o conto de fadas. O glamour invadiu as ruas de Londres para juntamente com muitos milhares de pessoas, aplaudir a passagem de William e Kate, naquele que até ao divórcio, será um dos casamentos do século.
Não há nem sequer um republicano convicto que não saiba a cor do vestido da princesa, a cor do uniforme do príncipe e o número de beijos com que brindaram a multidão, e o seu desejo, espero, na varanda principal do Palácio de Buckingham.
Nunca opomos resistência quando algo se propõe devolver-nos aos sonhos de infância.
Mas para completar ainda mais o enredo desta história, verdadeira novela, ficámos a saber que os bons mataram os maus, no caso o mau, Osama Bin Laden.
O presidente dos EUA anunciou hoje a morte de um dos terroristas mais procurados e odiados do mundo, afirmando que Deus ama a América.
Como podem ver não há condimento que falte e nos impeça de passar à fase do “felizes para sempre” dando a continuidade lógica a um fantástico “happy end”.
O pior é o resto, e o resto nesta história é a nossa própria vida que está sempre para além das fantasias e que acaba sempre por ser a vítima de todas as guerras travadas pelo poder, mesmo aquelas que usam Deus como pretexto.
Falta-nos tanto para sermos felizes!

Comentários

  1. E a história da Carochinha, pelos vistos, está a resultar. Após o abençoado casamento inglês, tivemos mais dois grandes momentos de amor, se contrariado ou não logo veremos. Refiro-me, em primeiro lugar, ao casamento dos democratas com os conservadores americanos, no jubiloso pós Bin Laden. Em segundo lugar, o não menos venturoso casamento de Sócrates com Teixeira dos Santos, no pós Troika agreeament. Só falta o Pai Natal consorciar-se com o Santo António (sem ofensa religiosa). Pelo menos poupavamos um feriado, que bem precisamos em nome da competitividade.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

TESTAMENTO DE UM ANO COMUM

Nossa Senhora das Descobertas

O MUNDO MAIS BONITO E CONFORTÁVEL NUM TEMPO A CHEIRAR A FLORES