De Gracinda a Grace ou o ensaio sobre a nossa incompetência
O dia anunciava-se solarengo, o que por Londres é uma raridade, pelo que cedo nos levantámos para atacar um British Breakfast que nos desse forças para uma grande caminhada.
Chegados ao restaurante escolhemos mesa e fomos atendidos por uma simpática funcionária.
Comentei com o Paulo:
- Tem cara e ar de Portuguesa.
Mas ao mesmo tempo reparei que o nome que tinha na sua placa de identificação era Grace, e mudei de ideias.
Uns instantes depois, ao ouvir-nos falar na língua de Camões, a Grace reaproximou-se e confirmou que era tão Portuguesa quanto nós.
Partilhou connosco a sua história, confidenciando-nos que tinha uma licenciatura e um mestrado na área da saúde mas que tinha sido impossível arranjar um emprego em Portugal, e por isso, e para subsistir e poder ganhar um salário que lhe permitisse viver com o mínimo de dignidade, tinha emigrado e estava há um ano a trabalhar como empregada de mesa naquele restaurante.
Falou-nos do difícil que era viver longe de Portugal e da família, e da sua vontade de um dia voltar para poder viver no apartamento algures no norte do país, que estava a pagar com o dinheiro do seu salário e com o empurrãozinho das gorjetas que os clientes lhe pagavam.
À mesa de um restaurante de hotel em Londres, tive a sensação de estar a assistir à versão Século XXI da película tantas vezes vista e revista dos emigrantes Portugueses cruzando clandestinamente as fronteiras em busca de trabalho e de uma vida digna.
Confesso-vos que acreditei muitas vezes durante a vida que esses tempos jamais voltariam e aquele momento foi a prova do desperdício que fizemos dos últimos cinquenta anos.
Recuso-me a acreditar que este é o destino do ser Português.
A responsabilidade desta situação tem de ser imputada a quem durante todo este tempo teve o poder, mas, por incompetência ou interesses muito próprios, nos desgovernou.
A Gracinda, recusou-se a viver à rasca e antecipou-se á sugestão que os jovens da sua idade receberam recentemente de Pedro Passos Coelho, tendo emigrado para Londres com o objectivo de poder viver.
Por ter um nome impronunciável para os Ingleses, simplificou-o e chamou-se a si própria, Grace.
Chegados ao restaurante escolhemos mesa e fomos atendidos por uma simpática funcionária.
Comentei com o Paulo:
- Tem cara e ar de Portuguesa.
Mas ao mesmo tempo reparei que o nome que tinha na sua placa de identificação era Grace, e mudei de ideias.
Uns instantes depois, ao ouvir-nos falar na língua de Camões, a Grace reaproximou-se e confirmou que era tão Portuguesa quanto nós.
Partilhou connosco a sua história, confidenciando-nos que tinha uma licenciatura e um mestrado na área da saúde mas que tinha sido impossível arranjar um emprego em Portugal, e por isso, e para subsistir e poder ganhar um salário que lhe permitisse viver com o mínimo de dignidade, tinha emigrado e estava há um ano a trabalhar como empregada de mesa naquele restaurante.
Falou-nos do difícil que era viver longe de Portugal e da família, e da sua vontade de um dia voltar para poder viver no apartamento algures no norte do país, que estava a pagar com o dinheiro do seu salário e com o empurrãozinho das gorjetas que os clientes lhe pagavam.
À mesa de um restaurante de hotel em Londres, tive a sensação de estar a assistir à versão Século XXI da película tantas vezes vista e revista dos emigrantes Portugueses cruzando clandestinamente as fronteiras em busca de trabalho e de uma vida digna.
Confesso-vos que acreditei muitas vezes durante a vida que esses tempos jamais voltariam e aquele momento foi a prova do desperdício que fizemos dos últimos cinquenta anos.
Recuso-me a acreditar que este é o destino do ser Português.
A responsabilidade desta situação tem de ser imputada a quem durante todo este tempo teve o poder, mas, por incompetência ou interesses muito próprios, nos desgovernou.
A Gracinda, recusou-se a viver à rasca e antecipou-se á sugestão que os jovens da sua idade receberam recentemente de Pedro Passos Coelho, tendo emigrado para Londres com o objectivo de poder viver.
Por ter um nome impronunciável para os Ingleses, simplificou-o e chamou-se a si própria, Grace.
É triste termos que dizer aos nossos filhos para procurarem o futuro lá fora porque cá não existe. Tenhamos esperança que ao menos um dia possam voltar sem ser para passar férias.
ResponderEliminarNo espaço de um ano vi vários colegas a fugirem, sim porque é exactamente isso que se tem feito, e esses mesmos já não voltam porque onde estão deram valor ao trabalho deles. Se não fosse pelo meu companheiro encontrar um óptimo posto de trabalho e na área dele, e também ter mudado de local de trabalho para algo melhor, sem dúvida que também queria fugir. É triste também ver pessoas que fogem para postos de trabalho lá fora, que sabem que é por uma época, mas mesmo assim vão porque não aguentam. Como o caso de familiares e amigos... E depois como vai ser?
ResponderEliminare triste mas há vida e assim termos Didier aos nossos filhos para procurarem trablho la fora
ResponderEliminarrui pereira
e triste mas e verdade os nossos filhos ter que procurarem trabalho la fora
ResponderEliminarmenino do panasco