Mãe


Os bem mais de quarenta anos que separam estas duas fotos foram apenas um beijo com tanto de breve como de completo e intenso.
Sim mãe, sob o sorriso cúmplice do pai, o tempo entre nós os três será sempre esse beijo, que apesar de ter a vida inteira, de tão perfeito sabe a breve.
Nós somos feitos de ti na essência e na atitude, e alimentamo-nos do puro querer amniótico que persiste e extravasa o tempo escorrendo de todos os teus sentidos, das mãos, das palavras perfeitas...
O parto cumpriu tão só o impulso de te olharmos de frente e podermos acariciar-te a face.
Por muito que a idade nos persiga, contigo ao lado nós despimos os fatos e as cãs, regressando aos calções feitos do tecido que sobrava dos fatos do pai, para irmos a correr ter com os amigos e passarmos a tarde a brincar.
Porque o teu amor será sempre a eternidade, e a eternidade é um beijo imenso e inteiro.
 

(Obrigado ao meu querido amigo José Manuel Marques pela excelente foto inspirada naquela que o pai um dia nos tirou, algures no verão, na varanda da nossa casa da Rua de Três, em Vila Viçosa)

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