O infinito valor do raro
Hoje, neste inverno que se faz de frio mas também de muito sol, resguardo-me à sombra de uma laranjeira deste Pomar, e partilho convosco aquela que é a foto da minha infância em que eu me apresento com o maior sorriso.
Eu sou o menino da camisola azul e ao meu lado tenho o tio João.
Não me recordo de ter tirado esta foto, algures entre os dois e os três anos, mas sempre que sobre ela falámos, nunca os meus pais deixaram de comentar a alegria e a minha excitação por este momento.
O tio João era um dos irmãos do meu avô materno e tinha a particularidade de uma altura rara, o que associado ao seu coração de Homem enorme me proporcionou dos momentos mais valiosos e marcantes da minha infância.
A foto faz prova.
O sorriso de uma criança nunca mente.
Recordo-me dos dias felizes e simples em casa do tio João e a tia Maria, os dois irmãos solteiros que tinham ficado assim para se cuidarem mutuamente, e recordo-me de caminhar de mão dada com o tio em pequenos passeios pelas redondezas da Rua de Santa Luzia, onde viviam.
Que segurança sentir o suporte das mãos de um adulto e poder usufruir desse privilégio único de ter o seu rosto tão próximo do nosso, para conversar, para trocar sorrisos e para me mimar enormemente.
E quem diz o rosto diz o coração…
E privilégio se sente esta presença de um adulto no universo físico à nossa escala de crianças.
Sapateiro de profissão, das suas mãos nasceram os únicos sapatos que até hoje calcei que foram propositadamente feitos para mim.
Por certo, o par de sapatos mais valioso que alguma vez tive, não só pelo conforto que proporcionavam e pela sua enorme beleza, mas sobretudo pelo afecto infinito que carregavam.
Recordei-me especialmente do tio João durante a recente apresentação de um livro sobre Doenças Raras, num dos auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian.
Num mundo de seres e coisas rotuladas e padronizadas, esquecemo-nos muitas vezes de que os Homens se medem por algo muito maior do que aquilo que é físico, e de que a anormalidade e a deficiência só existem em quem recuse aceitar que da diferença se faz a riqueza do mundo, matando a felicidade de quem é diferente e desprezando todo o enorme, gigante, potencial de felicidade que os diferentes, os raros super valiosos de coração, carregam em si para nos tornarem muito mais felizes.
Na grandeza destas partilhas está uma das tuas maiores virtudes. Quando se é feliz e se faz alguém feliz o ser diferente passa a ser o menos importante. Aceitar as diferenças e ficar orgulhoso delas é dos gestos mais nobres que se podem ter.
ResponderEliminarRETRATO DE FAMÍLIA
ResponderEliminarAbro - com carinho,
O velho álbum de família,
E nele reencontro o mundo mágico
Dos bons momentos que já vivenciamos.
Rostos jovens e sorridentes dos filhos
Rodeando os dois rostos enrugados e vividos
Do pai e da mãe amados,
Falam da Poesia da Vida
Quando o Encontro da Família
Se perpetua numa simples fotografia.
São amores inesquecíveis
eternos amores
que falam profundamente da existência
do Amor de Deus, na Terra.
O retrato de família fala da ambição maior
De sermos felizes, juntos,
Eternizando cada momento
Que nos é dado para convivermos.
O retrato ainda guarda a Presença silenciosa
Do Amor que já partiu.
Este Amor, perpetuou-se na nossa memória
E nos nossos corações.
- Em algum lugar este Amor
Nos espera, novamente:
- Em algum lugar, seremos felizes, mais uma vez.
No retrato de família,
Sinto projetado o Sonho de um mineno
Na Comunidade terrena.
Revivo a Harmonia de momentos que a Ternura
Permitiu vivenciar, e compreendo
A força do Amor Infinito
Unindo vidas e corações
Num mesmo círculo de Afeto,
De Carinho
E de Humanidade.
Beijo o retrato, com veneração,
Como se fosse a relíquia mais preciosa
Da minha vida.
Tudo o que desejo deste mundo,
Está sorrindo para mim
Nestes rostos felizes,
Que ficarão registrados na Eternidade
Como Dádiva Maior do Céu.
menino do panasco
RETRATO DE FAMÍLIA
ResponderEliminarAbro com carinho,
O velho álbum de família,
E nele reencontro o mundo mágico
Dos bons momentos que já vivenciamos.
Rostos jovens e sorridentes dos filhos
Rodeando os dois rostos enrugados e vividos
Do pai e da mãe amados,
Falam da Poesia da Vida
Quando o Encontro da Família
Se perpetua numa simples fotografia.
São amores inesquecíveis
eternos amores
que falam profundamente da existência
do Amor de Deus, na Terra.
O retrato de família fala da ambição maior
De sermos felizes, juntos,
Eternizando cada momento
Que nos é dado para convivermos.
O retrato ainda guarda a Presença silenciosa
Do Amor que já partiu.
Este Amor, perpetuou-se na nossa memória
E nos nossos corações.
Em algum lugar este Amor
Nos espera, novamente:
Em algum lugar, seremos felizes, mais uma vez.
No retrato de família,
Sinto projetado o Sonho de Deus
Na Comunidade terrena.
Revivo a Harmonia de momentos que a Ternura
Permitiu vivenciar, e compreendo
A força do Amor Infinito
Unindo vidas e corações
Num mesmo círculo de Afeto,
De Carinho
E de Humanidade.
Beijo o retrato, com veneração,
Como se fosse a relíquia mais preciosa
Da minha vida.
Tudo o que desejo deste mundo,
Está sorrindo para mim
Nestes rostos felizes,
Que ficarão registrados na Eternidade
Como Dádiva Maior do Céu.
menino do panasco