Da Alameda à Aula Magna: uma aventura no País do Betão
Um estudo hoje apresentado contabiliza que Portugal recebeu 9 milhões de euros por dia num total de 81 mil milhões de Euros desde que em 1986 aderiu à União Europeia, então Comunidade Económica Europeia. Deste dinheiro, para além de embarcações de pesca destruída, cursos de formação profissional e outros, a maior fatia foi utilizada em obras de betão com destaque para as vias rodoviárias que todas somadas em extensão permitiriam ligar Lisboa a Nova Deli. Se tivermos em conta que no inicio da década de oitenta estivemos nas mãos do Fundo Monetário Internacional e que há dois anos para lá voltámos, poderemos dizer que de pouco valeu este aporte de capital que ocorreu num quarto de século, dinheiro sucessivamente utilizado na construção das fachadas que através de uma ilusão de desenvolvimento foram alimentando as campanhas eleitorais e o perpetuar de uma classe política no assento do poder. O betão é a marca de um certo novo-riquismo bacoco e vaidoso que com raríssimas excepções a...