Tudo aquilo que muito se espera e se deseja beneficia de tempo para se ir moldando a nós e tornar-se eterno...
Despojamo-nos
da prudência…
Será
descalços que deveremos atravessar todos os dias, sentindo o tempo na pele e
marcando-o simultaneamente com os genéticos aromas infinitos que transpiramos.
A
História tatuando-nos de rugas e nós retribuindo, reescrevendo-a pela tinta da ousadia
e pela coerência.
Mais
à frente, naquele ponto onde a estrada desenha uma curva que nos alimenta o
futuro de uma doce expectativa, encontro-te num abraço sem prazo de validade e
sem fronteiras.
Onde
acaba um e começa o outro?
Jamais
saberemos. Nem nós e nem quem nos espreite de fora, quer de longe ou de mais
perto; porque é como se tudo em nós seguisse respeitosa e cegamente a vontade
expressa pela alma que tinge o pensamento.
Depois,
quando o tempo bordeja um lago de águas calmas e que o céu tingiu de azul, o
reflexo que desenhamos tem a força doce de uma romã a arrastar o rubor do Verão
pelo Outono adentro.
Sabemos
nós que no interior deste abraço moram os beijos. Os beijos imprudentes e também
sem pausas.
Tudo
aquilo que muito se espera e se deseja beneficia de tempo para se ir moldando a
nós e tornar-se eterno.
E
o sol tem sempre aquele tom amarelo de que tanto gostamos.
Comentários
Enviar um comentário