Vila Viçosa
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCPFiHxw2p2KvL8XLhGynUYuAH1NT_7NIIpgy_gB_LfCkVJBQci_JviH562fOXaMHDdFVrWaNvgvMFuyuls-yNxCAgcnKyuLxWUqgZjTUOeuWoCm6n4BoDriJbUG9Tg_U86bO22zg0Lw72/s320/Vila+Vi%25C3%25A7osa+1.jpg)
Acordo eu e comigo as mais recônditas lembranças que me beijam, todos colhendo bênçãos das badaladas solenes do relógio do Paço que às sete horas já chegam tarde para desfrutar do afinado chilreio dos pardais na árvore que ladeia a minha janela e de cujo tronco se perdeu na idade. Ainda sou tanto e quase tudo desse rapaz que aqui persiste eterno entre o eco da água das fontes que se soltam de uma imensa “Arca de Água”. As pedras da calçada de séculos onde brincaram os avós conhecem o ADN dos meus passos, palpam-me a pressa, pressentem-me a paz e repetem comigo em coro os sonhos todos que um dia lhes segredei entre a carícia do berlinde ou o rodopiar de um pião. Reconhecem-me marinheiro no jeito de tanto querer o mar, e talvez os poetas sejamos todos esses seres de coração em forma de vela latina e sem medo de naufragar. Há rosas a espreguiçarem-se pelos canteiros, colou-se à cal, o aroma do mosto na Travessa do Belhuca”, há giesta em jeito de filigrana pela encosta do Cas...