Balas ou flores
Podem ser
balas ou flores, mas todas as palavras que escrevo me nascem da alma.
O poder é a vaidade
onde os “valentes” se acobardam, agachando-se no mais vil silêncio, ao canto da
incoerência; assim como o pudor, mais do que bom senso, tem raízes no medo e é
o rosto postiço, o jazigo arrendado e lindo onde os fracos se sepultam por
entre as exéquias da sua verdade.
O previsível tem
o mesmo tom da cinza.
Eu tenho
janelas e claraboias rasgadas no meu peito, varandas de liberdade por onde se
soltam sílabas alinhadas pelo desejo, ao sabor feliz e ousado da brisa que
cobre as madrugadas.
Nada me
poderá definir melhor do que o amor que trago em mim e se espreita no meu peito,
e que poder, para além da suprema morbidez, teria eu se amarrotasse a mais pura
essência do meu ser?
Podem ser
balas sobre guerras mais ou menos antigas, ou serem flores nascidas na terra
sobrevoada pelas aves da primavera, mas eu sou, orgulhosamente, todas as minhas
palavras.
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