O Homem é muito mais aquilo que sente do que a idade que tem
O
amor, tal como tudo aquilo que é doce, deixa-nos sempre com a sensação de ter o
tempo contado; e às duas por três, julgamos esse tanto do calendário, que até
pode ser tudo e a eternidade, atribuindo-lhe um assinalável tom de escassez.
Porque
o tempo é teimoso e insiste em contrariar o pensamento.
Sempre
e em qualquer momento…
Se
não estou contigo e voa acelerado (para ti) o dito pensamento, o tempo
espreguiça-se por entre uma inexplicável letargia que incomoda e tem gosto de
saudade. Mas por outro lado, em qualquer outro dia, se estou nos teus braços ou
estamos os dois sentados ao redor de um chá de cidreira, o pensamento fica
quieto saboreando o mundo que os teus olhos lhe dão, voando o tempo como um
louco a galgar etapas e a consumir minutos de qualquer maneira.
É
então que sentimos que escasseia.
Ora,
se atentarmos que todos os dias têm vinte e quatro horas, cada hora sessenta
minutos, e estes sessenta segundos, num puríssimo e muito racional matemático
rigor…
Sempre
poderemos dizer que o pragmatismo e a razão sucumbem fatalmente às mãos de um
grande amor.
Tudo
porque como convém, todo o Homem é muito mais aquilo que sente do que a idade
que tem.
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