Estes dias que traem a paz e a liberdade…
Rasgamos a Terra buscando barro e granito para
erguermos os muros que nos abriguem do vento sem matarem jamais esta essência
de ser Homem.
Sentados na pedra enfeitada de hortelã que o rio beija
enquanto conta o tempo, o Homem é a alma, muito mais do que a forma ou o tom
daquilo que se espreita ou dele se reflete à superfície das águas.
O Homem é a sua fé, muito mais do que qualquer gesto
que a enfeita e a recorta.
O Homem é o amor, para lá do género das faces que se
encontram na verdade de um beijo.
O Homem é a voz, o canto e a poesia, muito mais do que
a língua mãe das palavras que dele se escutem por entre os choupos que bailam
com a brisa das noites frias.
Nós julgávamos ter morto os dias que traem a paz e a liberdade...
Mas eles apenas dormiam aguardando as janelas que a
imbecilidade rasga à superfície do tempo.
Há que voltar a desatar as mãos. Estes dias
empurram-nos de novo para a luta.
Por nós, pela paz e pela liberdade.
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