O estatuto e a essência
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Pelo final dos anos setenta do século passado, em Vila Viçosa, quando eu fazia da Livraria Escolar, a minha segunda casa, um casal de namorados oriundos da burguesia que então emergia da explosão do comércio do mármore, cumpria o ritual de todos os meses ir adquirir um exemplar da coleção de obras de Eça de Queirós, que a Editora “Livros do Brasil” lançara numa encadernação elegante em tons de encarnado. Deixavam sempre a promessa: - Quando acabarmos estes, vamos começar com os verdes. Sendo que se referiam à coleção das obras do grande Fernando Namora. Tenho dúvidas se estes dois conjuntos de obras primas da nossa literatura persistem nas estantes destas almas, num arranjo muito republicano, no que às suas cores diz respeito, duvidando eu que o Jacinto, entre Paris e Tormes, assim como o João da Ega, entre o Tavares e o Rossio, tenham alguma vez pisado os tapetes de Arraiolos daquela sala Calipolense. A mesma dúvida me assiste relativamente ao Dr. Namora, algures entre Pavia...