Viagem às ruas escuras
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Não existem cidades sem ruas estreitas, mal alumiadas, e muitos agrestes, no empedrado e na inclinação, tal qual os dias e aqueles seus minutos que doem. Gosto muito de vos falar das avenidas solarengas que respiram a primavera, acredito, inclusive, que estarão acostumados a isso, mas hoje, com o devido pedido de desculpas, convido-vos a caminhar comigo na escuridão desses becos mais sombrios. Regressamos por momentos aos anos setenta, e aos momentos em que a liberdade florescia finalmente no regime e na ambição da gente, mas o gesto da maioria era ainda refém dos estereótipos e dos seus julgamentos sumários, invariavelmente, infelizes. A liberdade leva o seu tempo até aprender a lidar com o respeito pela identidade, e por ela, com o reconhecimento da grandeza da diversidade. Ao contrário da maioria dos meus colegas, eu preferia ler um livro a jogar à bola, gostava mais de estudar do que ir destruir ninhos e jogar à pedrada, tinha boas notas, não ridicularizava as raparigas, e ...