Ao desmembrar das arestas da normalidade e da previsibilidade dos dias...
Ao desmembrar das arestas da normalidade e da
previsibilidade dos dias, ruína que a gente designa muitas vezes por solidão, o
poeta chama a sua casa.
Entorno a liberdade para as horas que vou enfeitando
de palavras, e a lareira onde crepitam as máscaras despejadas sem dó, ilumina a
sala onde me sento num sofá azul contigo ao lado.
Eu aprendi no campo que as flores da primavera são de
quem as beija com o olhar, muito mais do que de quem guarda documento de posse
da terra onde nasceram.
E as pedras do ribeiro são de quem se ajoelha...
As pontes são sempre de quem as sonha…
A água das fontes é de quem a bebe com as mãos em
concha.
Aqui onde falamos os dois, tu não és de mais ninguém;
e eu apenas na aparência sou um homem só.
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