As flores que persistem nos colos onde nascem os poetas…
Nas últimas vezes que em Vila Viçosa desci a Avenida
dos Duques de Bragança, passando a "Árvore do Coração" e quase em
frente ao Convento da Esperança, reparei que ruiu o telhado da casa onde viviam
os meus avós Francisca e Joaquim.
O eco do meu grito escada acima depois de colocar a
mão pelo postigo e abrir o trinco da porta:
- Avóoooooo!
Estará assim algures já entre o sol e as estrelas das
noites claras.
As casas de pedra caem para nos lembrarem que apenas
se vive no amor e que os alicerces somos nós.
A minha mãe terminou a leitura do meu livro
"Todos os Homens podem voar" e gostou muito.
Felicitou-me por ele e discutiu comigo alguns detalhes
da história.
Nunca ninguém merecerá tanto as minhas palavras quanto
a minha mãe; tanto do amor de que falo o li e aprendi no colo que o seu olhar
doce me oferece nos dias felizes.
Os alicerces eternos e sábios.
Na casa da avó Francisca celebrava-se o mês de São
Pedro com sardinheiras e cravos nos vasos das janelas que davam para o Rossio e
para a Rua do Poço.
As flores que persistem nos colos onde nascem os
poetas.
Comentários
Enviar um comentário