Tempo novo
Indiferente à posição da Terra no seu passeio ao redor do sol, o tempo será novo ou velho consoante aquilo que fizermos dele. Demasiadas vezes, Janeiro é tão só uma ilusão. Os dias novos são aqueles que se inscrevem na nossa história pela forma intensa com que permitem cumprir os sonhos e a vontade, e, pelo contrário, são moribundos os instantes em que, contrariados, arrastamos os pés de encontro àquilo que não somos ou não queremos, mesmo que seja tudo o que os outros esperam de nós. Há muito de réveillon numa declaração de amor, num beijo, num sim ou num não que já tardavam, numa viagem, num livro que se escreve ou que se lê, numa conversa com vista para o coração, num concerto, numa música, na carícia de uma rosa encarnada, na madrugada que cheira a liberdade, no passeio numa praia deserta, no reencontro com a autoestima no enterro de uma qualquer ilusão. Sempre, sem foguetes, passas, espumante, cuecas ridículas de cor azul e as tão famosas astrológicas profecias. F...