Uma aula de eternidade
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A porta do nosso liceu era a última que poderia ver quem saía de Vila Viçosa no sentido de Borba. Talvez por isso, ao olharmos para aquela primeira curva da estrada ladeada por muros caiados, e oliveiras que se lhe sobrepunham com a legitima divindade de um altar, nós sentíssemos que o futuro poderia ser tudo aquilo que o coração mandasse. Não existiam casas erguidas, gritos ou gestos de alguém, que pudessem frenar-nos o passo e a vontade, obrigando-nos a despertar. Era tanto o sonho que respirávamos, todos juntos, entre a lírica de Camões, a fotossíntese, a trigonometria… e a amizade, que é, comprovadamente, muito mais do que um conceito. Um dia construíram um liceu novo e nós mudámos para junto da Estação do Caminho de Ferro. O mesmo sonho, já não sobre o afago dos paralelepípedos, mas sobre o ruido metálico dos carris. Em altura de greve dos maquinistas, até aproveitámos o “furo” nas aulas para irmos tomar uma máquina, aproveitando para fazer uma foto. E continuámos a ...