S. Martinho
O
Alentejo agradeceu a verde e atapetando-se de erva fresca, a bênção destas
primeiras chuvas de um Outono que matou a seca que parecia eterna.
E
nas ribeiras já cheira a prenúncio do melhor poejo… asseguradas temos de aromas,
as nossas açordas por altura do Natal.
Vestido
de fresco, o campo ainda brilha mais intensamente nesta manhã que combina sol forte
e frio, mas que comprova pelo brilho do astro-rei, como perpétuo parece ser este
verão breve nascido da generosidade do soldado romano Martinho ao partilhar a
sua capa com um mendigo que se cruzou algures no seu caminho.
O
frio chama as castanhas, e as mãos arrefecidas ao abandonar o conforto da
camilha que guarda a braseira de picão, agradecem o quente da casca que depois
de assada salta simples e a um sonoro “xram”, antes da deglutição do miolo do
fruto nos transportar o quente até ao mais recôndito da alma.
A
castanha assada, e a jeropiga, a água-pé ou o vinho novo.
O
fruto e o néctar, estado líquido da etílica alegria que no passado estio, o sol
cravou nas uvas nascidas das cepas que agora descansam na festa castanha do
pré-adeus das parras.
E
de S. Martinho, castanhas e vinho, generosidade, calor e alegria, se faz a
tarde perfeita que nos põe aqui a rir, a olhar positivo para os dias de um
futuro que nunca deixaremos que nos derrote, uma tarde que é a festa da amizade
e em que brindamos:
- À vida. À nossa!
Perfeito!
ResponderEliminarAdelino