A Vila Viçosa, na tarde do Pomar
Da
cumplicidade maior, se fazem os Nós, Porta de chegada, entrada aberta ao
Terreiro, do Paço, e onde os passos se detêm e entregam os sentidos ao sublime
e ao poder da tua majestade.
Da
Janela de Lisboa, se espreita o querer de Luísa na ambição de ser rainha nem
que só por um instante.
Com
ventos, dos jardins soam reais pavões e sepultadas ficam as Chagas da distância
que estando aqui, assim, na intimidade contigo, ficarão para sempre no Panteão
da saudade.
Há
flores de laranjeira em cheiro no ar, e deste aroma se faz o alento que a
Avenida sobe por entre rubras rosas roubadas à paixão de um soneto de Florbela,
ainda a tempo de cruzar muralhas, antes do sino da Imaculada Padroeira, bater
trindades.
E
o Castelo… de um Condestável guarda façanhas, e de um rei, João de seu nome, a
memória da fé que à Virgem fez rainha.
Há
rubros medronhos a pontear a imensidão de verde, aquém e além Porta de Évora,
passagem aberta à encosta onde um Maio já distante nos trouxe de leste a bênção
de um eleito, Pontífice e Santo.
O
Colégio, visto daqui parece tão perto…
Pura
ilusão, se é vasta a Praça onde a Fonte, redonda, marca o centro de um imenso
Pomar de Laranjeiras.
À
sombra, na esquina da Misericórdia, paro à conversa com amigos, e doce tenho as
palavras, nesse gosto roubado à Tiborna que ainda há pouco não resisti a
resgatar do colorido papel do seu disfarce.
Pela
Cambaia, busco o Rossio que sei me reserva a Esperança, e mais além, passada a
Mata, onde soam cucos, o Carrascal, por S. João, me fará chegar à Lapa.
E
daqui aos Capuchos, será sempre uma festa…
Em
cada rua, estreita ou larga, em cada praça ou travessa, nas três igrejas de
cada largo.
Em
cada alva casa debruada a sol ou céu em rodapés que lhe dão cor.
Em
cada sorriso aberto e cada mão estendida, expressões da alma grande desta gente
simples mas de nobre valor e nobre fé, povo herói, por quem sou e a que
pertenço.
Gostei de passar/passear neste pomar.
ResponderEliminarBoas escritas!