O imprevisto...
Gosto muito do imprevisto que carrega cada madrugada;
que o previsível é desinteressante e morno, e sem sim nem não, a vida nunca
mais dará qualquer passo frente.
No varanda manuelina da Torre de Belém namora o
rinoceronte com uma gaivota que por ele se apaixonou, ensinando-a a voar pelas
histórias das terras de África de onde chegou.
Nem só quem tem asas pode voar; há mestres improváveis
que andam à solta e disponíveis pelos nossos dias; e o amor rompe sempre tudo
aquilo que parece impossível.
O imprevisto com gosto bom e a sal.
Coleccionarei num mealheiro de porcelana, milhões de
histórias que colhi pelas varandas que espreitam o mar e que esperam as
palavras para poderem voar.
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