Os amigos são abraços mas daqueles com sofá…
Os amigos têm o nome desenhado a canela sobre dias de
arroz doce, são o primeiro violino num solo feliz a rasgar o palco que parece vazio;
os amigos enfeitam-nos todos os minutos com balões acesos e coloridos, e nas
ruas por onde andamos, são hortênsias azuis nas varandas de onde melhor se
abraça o mar.
Têm olhares que nos oferecem sombra no repouso calmo
da tempestade que amainaram, enquanto as suas mãos nos beijam com o aroma do
mel e o fulgor da água fresca da melhor fonte.
Os amigos são o luar que brilha sobre as noites de
Janeiro, o sol das tardes de Março que puxam a primavera, os amigos são o café
que fumega por sobre a sonolência com que nos descobre a madrugada.
São abraços mas daqueles com sofá para que estejamos
sempre cómodos e a gosto.
Os amigos são a primeira página de um jornal que
relata a nossa sorte, são o não ou o sim numa jogada feita para ganhar, são a
bênção de limão sobre os instantes que não sabem a nada, o gelo na água assim-assim,
os amigos são palavras maduras entrelaçadas em taças de cerejas que jamais
terão fim.
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