Trouxemos o verão para a mesa…
Trouxemos o verão para a mesa a bordo de um prato de
ameixas roxas maduras; dispensámos a tão famosa meteorologia na hora de destapar
com engenho o imenso cofre das palavras; fomos apagando o calor em copos de
água fresca trazida da fonte…
E a vela com aromas de alfazema há muito rasgava a
sombra que o ocaso tecera sobre nós, quando auscultamos pelo seu respirar que nem
a noite cansa a ribeira que corre aos pés do carvalho onde o melro já se deitou
porque muito cedo terá de cantar à madrugada.
Estamos de férias no Gerês, eu e os meus pais, e quem
nos vir assim de longe dirá que tirámos quinze dias para nos abraçarmos, rirmos
e conversarmos; claro que por entre as cinco tomas de água bicarbonatada a
quarenta e nove graus em dose medida em copos que parecem trazidos da “Montanha
Mágica”.
Quinze dias sem pressas e aparentemente todos iguais.
Mas quem é que ousará chamar monótonos aos dias perfeitos
onde o amor impera?
E a ribeira que nunca se cansa por entre o seu riso de
água fresca.
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