Um pão que só o céu sabe amassar…
Como
é possível acreditar que o campo se apaga, se rende inevitavelmente à solidão
na praia vazia e aos pés do mar?
Não
serão as ondas a festa de um abraço eterno que o querer não desafina nunca?
As
praias eternas, cais moldados pelas milionésimas partículas de um tempo artífice,
casas de água que oferecem generosos recantos à alma dos poetas, grutas
profundas onde os sentidos se desatam e desatam todos os nós, até mesmo aqueles
que escondem as palavras certas.
Comparadas
com a alma e o pensamento, as gaivotas são na praia quem menos consegue voar.
E
as ondas da praia são como as tardes improváveis onde o trigo e o sal se
abraçam num pão que só o céu sabe amassar.
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