Açores
Com
a cumplicidade da lua cheia, serena dormia ainda Lisboa quando deixei que o
avião me raptasse às cumplicidades do seu sono, e, fazendo-me Ícaro feliz, me
transportasse ao privilégio de espreitar o primeiro sol de Agosto, para lá das
nuvens.
O
sol das madrugadas e da eterna luz branca de Lisboa, é meu fiel companheiro no
passeio sobre o Atlântico, em busca do ninho verde do açor.
Terra
nascida com marca de Céu e baptizada com nome de arcanjo.
Pedaço
flutuante do melhor e mais perfeito Portugal.
Duas
horas e aí está o avião a romper as nuvens e a entregar-se à beleza
irresistível de S. Miguel.
Desço
do sonho e olho em redor. Riem, cantam, batem palmas, falam alto num inédito
idioma nervoso que casa Camões e Shakespeare com sotaque de América.
Só
os olhares os denunciam e os revelam como filhos da bruma, irmãos do canto de
Antero ou Natália, são a gente de Nemésio e João de Melo, são eles, a gente feliz com
lágrimas.
Heróis
de coragem, felizes pelos instantes breves de regresso a casa.
Santos,
Cristos do nosso tempo coroados no altar da bravura.
Santos,
Espíritos detonadores do impossível.
Sinto
orgulho.
Este
sim é o meu Portugal, esta é a minha gente.
Gente
sem nome, mas mestres de honra, força e dignidade.
É
aqui nestes seres, que está o sangue e a alma que nos fazem povo e nação, o
segredo que nos garante o cumprir do sonho de um eterno Portugal.
BOAS FERIAS
ResponderEliminarRUI PEREIRA
Gostei imenso dos Açores: das paisagens, das pessoas... fiquei a admirar o povo destas ilhas pelas coragem do recomeço após cada catástrofe! Pela fé que demonstra através das várias manifestações de religiosidade popular! Da esperança que trasminte...
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