Heroína à la minute
Os
heróis, agarram-se convictamente aos seus ideais, e enfrentam as ondas e os
ventos, quaisquer que eles sejam, não deixando nunca e por nada, de lutar pela
defesa de tudo aquilo em que acreditam.
Os
heróis maiores emergem na defesa dos valores universais como a paz, a verdade,
a igualdade e a liberdade, sobretudo quando o ambiente adverso os belisca ou
compromete, não olhando ao preço, que passa muitas vezes pelo seu conforto e
até pela própria vida.
Nos
antípodas, e a surfar nas ondas do
momento, estão os oportunistas. Estes, mestres do facilitismo, são os que se
fixam apenas no seu conforto e sobrevivência, não hesitando em “moldar” os seus
ideais e a sua fé, tendo em conta a concretização do seu objectivo que é sempre
e invariavelmente, de natureza individual.
Hoje,
nas páginas de um semanário, uma ex-dirigente comunista, social-democrata
recente, levanta suspeitas sobre uma antiga empresa de ares condicionados,
afirmando existir a possibilidade de os aparelhos montados em sítios estratégicos,
poderem ter estado ao serviço da espionagem comunista.
Porque
é que só o fez agora? Porque não denunciou esta situação na altura em que
ocorreu?
A
ser verdade e guardando-a consigo, foi cúmplice dela durante décadas e por
omissão, mentiu e traiu todos os que nela votaram ao longo destes anos.
Quem
guarda em si estas verdades e não as denuncia, coloca-se a si próprio nos
territórios da ausência de carácter.
Na
mesma linha e há alguns anos, uma antiga dirigente política com
responsabilidade na Casa Pia, guardou para si a verdade sobre a pedofilia, só
vindo a público revelar as informações de que dispunha, décadas depois, quando alguém
teve a coragem de denunciar o abuso sistemático de que as crianças eram
vítimas. De forma cobarde, preparava-se para morrer com esta verdade guardada
em si.
Não
gosto e nunca gostei da Zita Seabra e da Teresa Costa Macedo. E como social-democrata
e católico confesso, mais à vontade me sinto para o afirmar.
Muitos
mais exemplos vos poderia dar aqui, porque infelizmente para nós, estas duas “senhoras”
são ilustrativas da maioria da nossa classe dirigente.
Em
Portugal tudo de ilícito se faz e permite fazer, e tudo se denuncia, mas apenas
e só, confortavelmente, quando se escrevem as memórias, numa altura em que está
ganho o estatuto de oportunista e já é muito tarde para se ser herói.
Que
avancem então os heróis porque mais do que nunca, urge salvar Portugal.
A lembrar também a denúncia tardia de Helena Roseta de uma tentativa de favorecimento pelo entreposto e diligente Miguel Relvas (está em todas!) da Empresa Formação Profissional de Passos Coelho à Ordem dos Arquitectos / Secretaria do Estado - Programa Foral.
ResponderEliminarVer Link: http://www.youtube.com/watch?v=0MN9Jd6WRMM