Foi a neve…
A
hora faz descer o sol no horizonte rasgado pelo velho mas imponente castelo, e
é a sonhos que me sabe esse primeiro beijo que o nosso querer impõe que não
tenha fim.
Há
um indiscutível brilho de céu no teu olhar, e os teus braços, rocha firme onde
eu aporto, acalmam-me a alma que inquieta e incessante te buscou durante uma
vida inteira.
E
pelo sonho, por esse tempo e essa força imensa de tanto desejo, conheço-te como
a mim mesmo, e nem soa a novidade, a inédita festa da minha pele entrelaçada na
tua.
Foi
a neve…
A
neve que faz correr as fontes, e que o inverno um dia fez cobrir a serra, tornou-se
assim, mágica e de flores, nesta tarde em que brilha o sol numa estranha e
intermitente primavera.
E
nós…
Descobertos
cúmplices da terra e do campo, celtas, mouros… hoje somos templários,
desbravados cavaleiros que rumam unidos buscando a vida.
Na
cumplicidade dos lábios e do olhar, tempera-se-nos de beijos a fala, as
palavras de uma história que confluiu, fortuna maior de entre todas, para este
instante que vivemos aqui.
A
centenária tília, ocasional abrigo na hora da partida, sabe tal como nós, como
impossível será dizer adeus.
Quem
ama… jamais se deixará partir.
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