Noite de São João
Onde
moram as palavras doces que fizemos nossas, letras agrupadas por inspiração da
alma e fiéis companheiras dessa festa nascida dos beijos que parecem sempre não
ter fim?
Procuro-as
nesta noite, cúmplice da magia da lua, que por nós, de brilho, hoje, mais do
que nunca, se agigantou.
É
noite se São João.
Sobem
no ar centenas de balões levando sonhos de encontro à lua e ao infinito, mas as
palavras, essas, permanecem em mim pela força da memória que as fez enraizar por
este querer com dimensões de vida.
Olho
fixamente a lua…
E
mesmo estando longe ouço as gargalhadas da gente que por cima das fogueiras que
têm aroma de alecrim, salta feliz pedindo sorte, mas só até ao instante em que
a chama se eleva bem mais do que aquela outra da fogueira do bairro ali ao
lado.
Bebe-se
água na bênção de todas as fontes, e o Baptista, à luz do mais intenso luar,
brilha assim, no lume aceso sobre a lenha que, zelosos, apanhámos tarde fora.
E
a aldeia é uma festa a que não faltam jamais as flores dos vasos “roubados” nos
viçosos quintais de todos os vizinhos.
Passa a Maria,
trigueira, e canta:
É noite de
São João
Há fogo e
alegria no ar
Abre-se-me hoje
o coração
E o meu destino
é amar.
Há
música: adufes, cavaquinhos, braguesas, ferrinhos e tambores… na festa de todos,
que nasce no coração da gente.
E por cima de tudo, elas persistem e brilham ao luar… as palavras.
Sem duvidas outro belo texto.
ResponderEliminarObrigado por o partilhares com todos.
Abraço.AR
Bonito texto, pleno de emoções, cores e sentires!
ResponderEliminarMuito grato amigo!
Fernando Barnabé