A magia
A
minha amiga Marta, quem no contexto do meu grupo de amigos veio inaugurar a geração
a seguir à minha; não se importará por certo que eu conte esta pequena história
que se passou naquele tempo em que a víamos cheia de sono ao redor do nosso
Trivial Pursuit, a mandávamos para a cama e ela respondia:
-
Não vou porque eu não tenho sono, só os meus olhos é que têm.
Quando
o pai, o meu amigo Zé Maria, lhe contava a história da Carochinha para ela
adormecer, e cheio de sono tentava antecipar a chegada do João Ratão por entre
o desfile de animais que passavam por debaixo da janela da afortunada carocha,
logo ela inventava mais um e outro animal para que a história jamais tivesse um
fim.
E
passavam então jacarés, crocodilos, hipopótamos, gorilas, papagaios,
rinocerontes…
Amanhã
vou lançar o livro “As bolachas mágicas da avó Inácia”, sendo que a avó Inácia
é a minha mãe, a promotora de uma aventura que envolve os meus sobrinhos João e
Luís, por via das suas bolachas favoritas; umas muito especiais e doces que
herdámos do livro de receitas da Tia Maria e que a minha mãe prepara dando-lhes
as mais variadas formas.
Escrevi
esta história por acreditar que por detrás de tudo o que temos na vida, mesmo
as coisas mais simples, há uma magia especial que nos permite “voar” muito para
lá do que existe, para a terra dos sonhos maiores; e é na nossa fé que habita a
“varinha” que tudo permite temperar de magia
Para
além disso, agradou-me fazer dos meus sobrinhos, o que já são indiscutivelmente
para mim: uns heróis fantásticos; fazendo de Vila Viçosa, simultaneamente, aquilo
que também é para mim e para todos os Calipolenses: um lugar de impossíveis
prazeres.
Gostei
de rebaptizar amigos com os nomes de “Manuel do Canto”, “Nélinha das Malas”, “Florbela
das Laranjas” e “Zeca Pintora”…
Mas
verdadeiramente, confesso, acho que escrevi esta história no contexto de um
processo idêntico ao da Marta, e com o objectivo primeiro de nunca deixar
apagar em mim esta doce ilusão que me acompanha.
Não
quero que desapareça jamais esta magia, e quero prolongar a “história” para que
ela nunca chegue ao fim.
Espero
que gostem da história e desejo muito que a magia também seja eterna nas vossas
vidas.
Até amanhã às 16.30 horas na Biblioteca de São Lázaro, em Lisboa.
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