Mãe
Há um tudo de Céu debruado ao sorrir do teu olhar, e
esse brilho que é meu tesouro, é bússola infalível no definir da minha mais do
que certa e profunda sorte.
Há o teu abraço que é sempre o prefácio de um beijo
perfeito onde morre toda a minha idade, onde se apagam as penas que o tempo foi
remendando aos meus mais tristes dias, e onde desaparecem todas as aparentes certezas
do ser homem… e eu, nesse instante, devolvo-me ao doce de todas as ilusões, ao despudorado
e assumido prazer de sonhar; e eu nunca me recuso a voltar a ser criança.
Há o teu ninar que me aceita sempre como eu sou, e que
a cada gesto me coroa príncipe que reina sobre o mundo inteiro, a Terra que
roda toda na minha mão como um velho pião sobre o eixo da fantasia e lançado
pelo legítimo impulso da esperança que tem ares de uma guita atada a uma velha
carica.
Há
poemas soltos e sem rimas nas palavras todas que me dás, soletradas pérolas da
inesgotável fonte que bebe da nascente do teu amor maior, esse amor de quem
nada quer ser para que eu possa ser tudo.
Há
o riso cerzido às cumplicidades do nosso eterno caminhar lado a lado sem ter
medo de ir buscar o infinito.
Há
pospontos de alento que a tua esperança tece sempre sobre todas as minhas
dores, as minhas hesitações e os meus medos.
Há
a fé, a inspiração, o querer, o ser maior…
Mãe,
minha querida mãe, há um dia perfeito em cada dia que nasce e eu te sinto aqui.
E
ao jeito da nossa cumplicidade de todos os dias, antes ou depois de te fazer
rodopiar comigo num apertado abraço, aqui vai:
-
Marinacita, minha mater atómica, amo-te muito!
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