O fado da Tininha
Nobre moça de Alvalade Fina e tia por nascença Grande mulher sem idade E alma de grande crença No Frutalmeidas almoça Toma a bica no Vá-vá Onde “às jezes” já faz troça Dos cromos que por lá há E andava assim repimpada Numa vidinha catita A Tininha bem descansada Quando o coração lhe apita Numa noite a colar cartazes Da cidadania por Lisboa De entre o grupo de rapazes Há um que lhe atira a “broa”: “Escuta lá ó Tininha Vem comigo para Alfama Mudemos a nossa vidinha Com garra invertamos a trama” E a Tininha lá partiu Atrás de um grande amor Em Alvalade nunca mais se viu Nem Tininha nem cantor E agora, de xaile a preceito Maquilhada com rigor Em tasca de grande respeito Canta o fado com ardor De tia a grande fadista E de Alvalade a Alfama A Tininha fez a nobre conquista Que só consegue quem ama