O amor é este instante…
Lisboa
é um detalhe sublime, e a luz que se apaga ao ritmo lento do anoitecer vê-me
vaguear pelas palavras na doce impotência de contar ao mundo o sentir que nasce
do toque da tua pele na minha.
O
divino não se escreve.
O
amor jamais se vergará à linguagem banal com que os Homens fazem listas de
supermercado.
Eu
sigo a olhar para ti…
O
miradouro, o verão que irrompeu rebelde pelo Outono, uma tília centenária, a
mesa, os dois copos de Ginger Ale, a lua… e o meu braço colado ao teu no beijo
que bebe das mil vidas que guardas no teu ser.
Há
aromas de paraíso, o toque grená das romãs maduras… e este instante é o amor
que a tudo oferece um sentido novo; o passado foi a estrada tantas vezes
indecifrável para chegar aqui, e o futuro, nada mais poderá ser para lá deste querer
multiplicado pelos dias todos que me restam.
Mais
tarde desceremos a calçada buscando o rio, passo com passo, pele com pele… e um
abraço longo com a cumplicidade do som das ondas da água, vénias do Tejo à
realeza azul da cidade.
Um
abraço, pele com pele…
E o amor é este instante que não se escreve, mas onde o corpo todo
estremece num doce arrepio intenso que queremos estender pela eternidade.
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