O Franchising do Carnaval de Torres Vedras
Acordo para o sábado, cumpro o vício matinal de comprar
o Expresso e deparo-me na primeira página com uma foto que perpétua um abraço
de Mário Soares a Isaltino Morais, com o ex-Presidente da República a referir a
injustiça da condenação do ex-autarca de Oeiras. Os tribunais que vão para o
inferno até porque “há gente que rouba milhões e não é condenada”…
Parece que o Ministro Crato pediu a demissão mas tal
não foi aceite pelo Primeiro-Ministro com medo que o governo começasse a
desagregar-se. E os maus ministros são como o Ébola e o que convém é nem mexer,
mesmo quando tudo à volta ameaça morrer…
Leio entretanto que a Zita Seabra ter-se-á aproximado
da Opus Dei; havendo a coerência da atracção por sociedades secretas,
convenhamos que não é fácil percorrer esse tortuoso caminho uterino entre a
defesa do aborto livre e a existência de relações sexuais tendo em conta apenas
a procriação…
A Câmara Municipal da Covilhã atribui a José Sócrates
a medalha de ouro da cidade e as chaves do município, definindo-o como um
cidadão exemplar…
O rosto da renovação do PS começa com Ferro Rodrigues
a liderar a bancada no parlamento. E olha que rosto novo e apelativo…
Como o sábado despertou com algum sol por aqui, eu até
acabo por me rir e achar que o Carnaval de Torres Vedras conseguiu
estabelecer-se como negócio de Franchising
e que, qual McDonalds da política e
do social, estará sempre à mão em qualquer esquina do país.
Consequência?
O Entroncamento fica reduzido à sua condição de pacata
localidade do centro de Portugal por onde passam inúmeros comboios, dado que os
fenómenos passarão a andar por aí à solta em qualquer lado.
Para além disso, o Presidente da República tem a
hipótese de fazer como eu, levante-se cedo aos sábados, compre o jornal, e verá
que muito facilmente irá entender o porquê de os seus concidadãos não acreditarem
nos políticos.
Convém é não telefonar e tirar dúvidas com o amigo
Dias Loureiro.
Entretanto, um pedido muito pessoal…
Neste reino do faz de conta e onde tudo é possível, se
algum dia receberem um convite da minha parte para irem assistir a um concerto
da minha pessoa no Coliseu dos Recreios, não acreditem pois será mesmo
insanidade pura. Chamem o 112 e coloquem-me o colete-de-forças.
Tem que continuar a existir um limite e um ponto onde a decência se soçobra.
Comentários
Enviar um comentário