Cinzas
Morreram
as palavras, e jazem agora inertes no silêncio da laje arrefecida pela ausência.
Fogo
apagado.
Restos,
pó, memórias vulneráveis ao tempo.
Ao
tempo, vento, sibilina e imparável brisa que insiste em apagar lembranças e
abafar a ressonância, o eco do tanto dizer sem letras que o teu olhar gritou ao
meu ao ritmo do intenso crepitar da lenha.
Sentado,
e aquecido agora apenas pelos sonhos, olho o infinito sem vontade de ver,
entregue que está o pensamento à empenhada e incessante luta de te guardar em
mim.
A
ressurreição da minha vontade no panteão das noites que já não trazem o acender
nervoso dos cigarros que breves, fazes passar pelos teus lábios que esboçam
mágicos sorrisos.
E
das cinzas?
Quiçá um dia nasçam rosas, nesse canteiro tecido a granito e adornado a
musgo e trevos, de onde se avistam castanheiros e carvalhos, árvores da
primavera e de todo o ano, fiéis companheiras dos nossos tão desejados e perfeitos
passeios pelo campo.
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