O interminável desfile de um perpétuo Carnaval
O
PSD concluiu que o governo PS de José Sócrates foi o responsável por uma gestão
ruinosa do país numa perspectiva geral e muito em particular nos contratos SWAP.
O
PS responde que não e que essa má gestão é da responsabilidade do PSD.
E
assim, quais “Pombinhas da Catrina” de mão em mão, as culpas vão sobrevivendo
com o alto patrocínio dos nossos ordenados e pensões, até ao momento em que
sucumbirão pelo tempo ao ritmo das prescrições de uma sempre adiada justiça… e
acabarão por morrer solteiras.
Somos
nós que pagamos os adornos, as carroças, a banda de música, as atracções
internacionais, os foguetes, as luzes… e o país é hoje um longo desfile de
carnaval em que a mentira é aceite com toda a legitimidade como centro da
festa, e os protagonistas são criaturas travestidas em que o melhor e o que
recebe a coroa de Rei Mono é sempre aquele que maior eficácia consegue no
disfarce.
Das
bancadas onde pelo preço elevado do bilhete patrocinamos o show há quem inexplicavelmente ainda bata palmas e se alegre quando
passa a “escola de samba” com os artistas da sua cor.
E
enquanto tal acontecer o “carnaval” não vai acabar nunca.
Confesso
que já não tenho força para bater palmas e tivesse à mão um cesto de ovos
podres e por certo tentaria acertar na cabeça de todos, independentemente da
cor.
Mas
este exercício oficial da mentira não existe apenas a esta escala da
“liderança” da nação, a um nível microscópico num universo mais em torno de
nós, é ver como a hipocrisia e o vil cinismo são colocados ao serviço do mesmo
de sempre, a vã cobiça do poder e do dinheiro.
Vale
tudo e até tirar olhos pois a poeira atirada para os ditos no total desprezo
pela inteligência dos outros, é uma inadmissível forma de cegueira.
A
amizade e a facada nas costas convivem alegremente no baile da mentira e na
dança pelos cadeirões do poder.
E
enquanto for assim em ambas as escalas, pessoal e nacional, nem a comunidade
nem a nação poderão alguma vez andar para a frente.
É que uma e outra existem apenas conceptualmente na república do faz de conta,
a mesma do “cada um por si”.
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