Estes dias que tomam a minha cor
A
terra cúmplice de tanta História e que já se perdeu na idade, reinventa-se
calando o Outono com rosas acesas no tom perfeito que colhe o nome da própria
flor.
E
bem pode a aragem chamar Outubro, e as laranjeiras espreguiçarem-se ao sol em
delírio de verdes frutos que amadurecem para no inverno vestirem a cor a que
também dão nome…
O
cisne já dorme a um canto do lago cobrindo com a asa o seu imponente pescoço,
mas o grilo persiste no seu canto, indiferente ao silêncio nocturno do relógio
da Torre do Paço que repousa entre as vinte e duas e as sete horas do dia seguinte.
A
média luz e no silêncio do meu quarto de rapaz eu escrevo um poema de amor.
Já
me perdi na idade mas persisto a romper os silêncios e as convenções. Ao sol de
um amor perfeito, os meus dias jamais deixarão de tomar a minha cor.
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