Há dias que nascem para que nós cumpramos a festa que devemos à vida…
Há
dias que nascem para que nós cumpramos a festa que devemos à vida…
Um
chão de mármore resgatado da terra onde brincámos e depois devidamente polido
para ser o espelho informal dos círculos de amigos em circunferências de
palavras e riso, das rodas dos meninos de mãos dadas a cantar…
Olhares
cravejados por carvão no papel ou então moldados de açúcar, os cliques, as
fotografias, a pose, a arte e a poesia que têm marca de eternidade…
O
ouro dos instantes, das alianças, dos presentes, do tempo que nos passa pelos dedos
e permanece…
A
fé que cruza a História e nela fica definitivamente tatuada; duas violas, rosas
vermelhas e brancas, as vozes, as canções com letras de anónimos poetas, um órgão
que dá o tom, os salmos e as palmas…
Um
piano rasgando a tarde, um menino que brinca com a paz de um anjo sentado, um
brinde que borbulha quando o sorriso disfarça as rugas e o muito que ainda queremos
viver nos apaga a idade…
Os
beijos e os abraços que não cessam.
Há
dias que nascem para que nós cumpramos a festa que devemos à vida, sábados de
Setembro em que a muita vida de cinquenta anos se palpa na mais doce memória gravada
num muito breve instante.
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