Uma carta que me transcreve como uma nave solta pelo espaço
Quando
o sol se rende ao ocidente e as luzes se acendem pela cidade, abrem-se no céu
páginas em branco que esperam por mim e me desafiam.
Ali
sentado algures entre os cansaços e a melancolia, envolto pelos silêncios e num
certo tom de saudade, pego nas palavras que conheço e reproduzo da alma o
sentir, um pouco como se conversasse contigo no lusco-fusco doce do sofá que
mergulhou no fim de tarde de Outono.
Palavras…
uma carta que me transcreve como uma nave solta pelo espaço e que não reconhece
limites nem o absoluto, que no instante em que o sol se põe há sempre alguém
que está algures entretido a vê-lo nascer.
E
voo contigo, nessa hora, depois… noite fora; e o que fica?
Eu
e tu num desenho perfeito de liberdade, de um querer imenso e de mil palavras
que leio e releio, e que perdura muito para lá da poesia de cada novo
amanhecer.
Comentários
Enviar um comentário