Nós os dois na eternidade de uma Lisboa que já cheira a Outono
O
ar já não desmente o Outono quando Lisboa ao fim da tarde se faz cúmplice do
nosso encontro, quando o meu olhar sacia a sede do teu.
Cumprimos
a universalidade dos navegadores calando de vez as fronteiras que poderiam
ainda persistir entre nós, o teu respirar é o perfume perfeito que me envolve
por entre o gosto a mar, e o teu corpo trouxe definitivamente com ele as
fórmulas secretas, ocultas especiarias que cumprem o máximo desejo à superfície
do meu.
Tu
conheces-me bem…
E
enquanto as nossas mãos navegam um pelo outro como caravelas na rota de sábios
e astrolábios, há palavras que se alinham no épico destino dos versos de um
poema; a Odisseia dos amantes…
A
Ilha dos Amores no Canto Décimo da arte de Camões.
Nós
os dois na eternidade de uma Lisboa que já cheira a Outono.
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