Eu também vi o debate entre Passos e Costa…
Eu também vi o debate entre Passos e Costa…
Ontem um pouco depois das oito da noite sentei-me em
frente ao televisor, jantar num tabuleiro, e a expectativa da “conversa” entre
os dois candidatos, um dos quais será o próximo-primeiro ministro do meu país.
Cidadão da chamada classe média e com uma taxa de IRS
que me “rouba” mais de metade do salário anual, eu fui legitimamente em busca
de pistas para o futuro e para poder fazer uma escolha consciente nas eleições
do próximo dia 4 de Outubro.
O que vi…
As três estações de televisão em sintonia como nos
sábados e domingos à tarde e inevitavelmente para um espectáculo pimba; com uma
desvantagem destes apresentadores relativamente aos que gritam em cima dos
palcos de Carrazeda de Ansiães ou Vila Pouca, é que estes raramente acertaram e
olharam para a câmara certa.
O conteúdo… gráficos, números acrobatas, acusações,
mistificações, passado, Sócrates, “foi você”, o fado da desgraçadinha, os “maridos”
enganados, as traições, o “ping-pong” dos milhões… e outros adereços num show
demasiado “Kitsch” em que o “ligue” relativamente aos números de valor
acrescentado foi substituído pelo “vote”… nos números de circo, claro.
Vote e pode ser que lhe saia por exemplo uma
restituição da sobretaxa de IRS, não sabemos quando, não prometemos como… pois…
se… depende… claro. É tudo sempre uma questão de sorte.
Sobre aquilo que me interessa não ouvi nada, não senti
nem um posponto de confiança; e entre a desonestidade de Passos a dizer que o
país está melhor e a desonestidade de Costa que responsabiliza a oposição pela
chamada da Troika em 2011, eu para ser honesto tenho de dizer que detestei os
dois.
O próximo primeiro-ministro do meu país vai ser um “artista”
formado na “Operação Triunfo” das juventudes partidárias, uma “estrela” que sabe
pedir água gelada e temperatura fresca para o ambiente, que é reconhecido nas
Áreas de Serviço das auto-estradas a fazer o playback dos beijinhos, mas que na
hora de fazer algo por Portugal consegue os zero pontos da Célia Lawson na
Eurovisão de 1997.
Porque o importante é apenas participar, porque o
importante é ser primeiro-ministro e levar para o “palco” e dar emprego a um
coro de boys que já começaram a “afinar” pelas redes sociais.
Vencer o debate?
O Professor Rebelo de Sousa ainda consegue selecionar o
Costa porque a vitória do PS lhe interessa mais à candidatura presidencial, mas
eu para escolher um ou outro teria de fazer uma ridícula selecção entre a
Rebeca ou o Quim Barreiros, e recuso-me a tal figura.
Pode ser que um dia eu vote num deles…
Mas como sou vingativo sempre digo que não sei quando,
nem como… se… talvez… pois… depende.
E que hoje regressem os “Beirais” que sempre são
melhores para a minha digestão.
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