Uma nave e o universo
Demos
aos dias uma forma que não vem nos compêndios, oferecemos-lhes a geometria do
desejo que conflui para um abraço, e construímos com eles uma imensa nave que
revestimos de liberdade e de onde conquistamos o universo.
Um
caminho de granito sob um tecto de quercos e castanheiros, os nossos passos
incendiados pela festa de uma fonte que corre para nos perfumar de água fresca,
o toque fugaz na tua pele que tem tanto de seda, “os musguitos”, as palavras de
amor que se soltam com a leveza dos mais doces segredos…
E
eu voo por sobre um imenso vale bordejado de fruta, de promessas de cerejas, do
tom rosado das maçãs, uma casa infinita onde sempre espreita inesperado o
alecrim.
Dono
do mundo.
Que
importa o pouco que os outros possam ver de nós, se eu sinto que o teu abraço é
tudo e o tudo perfeito onde eu finalmente aconteço?
Até
o banal se apaga na fonte onde corre perfeito um imenso amor.
Uma
nave, o universo… dias tão diferentes mas tão nossos.
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