Nascemos...
Nascemos ao ritmo dos beijos, e depois, deixamo-nos ir
com as gaivotas num voo alegre pelo céu de sal da praia deserta.
As asas, tomámo-las do instante em que desistimos da
identidade dos nossos braços e nos entrelaçámos um ao outro.
O abraço perfeito e apertado pela vontade.
Só o mar acompanha a música que escolheste para esta
tarde em que as palavras se adiam sem remorso, tão nítida é a certeza de que é
nosso e imenso todo o tempo que define o futuro.
E fugimos voando os dois na rota que nos leva a nós;
por um segredo, por um atalho e um viés no previsível.
Talvez mais além possa um pescador puxar peixe nas
redes e as gaivotas desistam de voar.
Mas nós persistiremos.
A voar, a nascer...
Juro que jamais guardarei só para mim o impulso infinito
de um beijo que nasça nessas tardes que nos oferecem tudo e um berço; as tardes
dos dias perfeitos que começam sempre quando me chamas... meu amor.
Comentários
Enviar um comentário