Há homens que escrevem poemas de amor durante as viagens de avião
Nada é mais fiel e mais íntimo que o pensamento, e por
isso não estranho que sejas tu quem mais de perto me acompanha de Roma a Lisboa
voando num céu de Outono liberto de quaisquer nuvens.
Se há amores de mão cheia, o nosso encheu-me o corpo
inteiro… de um não sei quê de céu e de palavras.
Muito próximo de mim há uma mulher que vê um filme
Chinês no seu iPad, um Padre espreguiça-se enquanto lê algo em Italiano, a
minha colega estuda um pouco... e dirão eles que um homem de barba grisalha e
que pediu um sumo de tomate temperado para acompanhar o jantar, não larga o
iPhone e escreve durante grande parte da viagem.
Há homens que escrevem poemas de amor durante as
viagens de avião.
É aquele não sei quê de céu.
Versos...
Letras decalcadas sobre os pensamentos, como
buganvílias a enfeitarem os recantos de todos os instantes.
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