Talvez tão só no mar que espreita à minha janela de Outono enquanto se espreguiça a madrugada
A liberdade será sempre muito mais que uma Lady de
bronze na ilha a duas braçadas de Manhattan; tem os aromas da savana no voo
picado de Redford e Street, a beleza de Tadzio nas praias do Lido na Veneza de
Mann e Visconti, o grito de "captain" no clube dos poetas, vivos ou
mortos; tem o rodopiar da jovem bailarina entre o pó e a farinha no armazém de
uma padaria de Chicago.
Era uma vez... na América, em África, em qualquer
lado.
A liberdade.
Minha, tal qual a certeza de que aprendi a beijar com Mastroianni
nas águas da Dolce Vita, na Fontana de Trevi.
E tomei na vida o toque de dança de um Cabaret nas
cercanias da Unter der Linder, a gargalhada de Amadeus, a insolência das
palavras de Maura ou outra "Chica Almodovar", o eco das palmas do West End…
A liberdade.
Eu e tu como Adriano e Antinoo nas memórias de
Yourcenar ou num muito Queirosiano abraço que veste Lisboa ao fim da tarde.
A liberdade…
Talvez tão só no mar que espreita à minha janela de Outono
enquanto se espreguiça a madrugada.
Comentários
Enviar um comentário