Os dias aparentemente tristes
Pode
parecer argumento de anúncio (“I can see
clear now…”), mas uma caneca de café de cevada acabado de fazer é o melhor
antídoto para as manhãs de chuva intensa, aquelas em que o vento que empurra a
água contra a vidraça parece de caminho empurrar-nos a nós para o recato do
edredão, um movimento contrariado eficazmente pelo relógio despertador.
Depois
do duche coloco Amina Alaoui na
aparelhagem, um apelo aos sons do sul e do mediterrâneo…
Um
arco-íris precisa-se, e um quase desespero a chamar pelo sol.
Mas
nada, a transparência da janela que habitualmente me dá o mar morreu às mãos
das nuvens densas e acinzentadas, e hoje benefício de um espelho gigante que me
reflecte assim com um ar meio ensonado.
O
mar, se o persigo, só o encontro hoje dentro de mim no tom azul da festa de
navegar contigo.
E
eu guardo em mim todos os mares.
Bebo
mais um gole de café, Amina continua
pelo canto em tom de pranto que nós sabemos que o não é, são desabafos da alma
para os generosos horizontes do sul…
Há
dias aparentemente tristes mas que são “boleias” únicas para fugirmos do óbvio
e descobrirmos os segredos que guardamos.
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