Pimba
Ontem,
o turismo do Gerês resolveu brindar-me com uma sessão de música interpretada
por um “one man show” que com a ajuda do seu órgão multifacetado e depois de se
instalar num palco montado no centro do jardim, acabou por proporcionar uma
estranha banda sonora ao meu serão.
A
partir do momento em que a criatura abriu a boca por debaixo do bigode e
activou os inúmeros recursos sonoros do seu instrumento, foi impossível
conversar ou até pensar noutra coisa que não os temas sugeridos pelas muito
criativas letras das suas canções.
Como,
quando não os podes vencer deves juntar-te a eles, e porque estes são definitivamente
dias de relax e com a tolerância
elevada à condição de estrela, deixei-me ir…
E
“pimba”…foram surgindo rimas:
Ciúmes,
falsos amores e traições,
Adultério,
bacalhau e garagens,
Ser pobre,
doente e estar nas prisões,
Emigrantes,
mãezinhas, dor, viagens.
Uma
adúltera que não tem olfacto
Acaba metida
em grande trama
Por culpa do perfume
deixado num fato
E de um
furtivo encontro na cama.
Há
um homem iludido por tostões
Que trama a velha
endinheirada
Uma mulher que
destrói os corações
E parte a
seguir sem dizer nada.
A
Vanessa tramou o seu irmão
Que estava
sempre com um grão na asa
E no meio de
grande confusão
Conseguiu até
“gamar-lhe” a casa.
Há
um órfão que não tem mãe nem tem pai
Pobre filho
de uma vã pouca sorte
Que saiu de
uma casa onde só vai,
Quem é chulo
e não tem bom porte.
Um
divórcio acaba em tremenda guerra
E até mortes
por tiro de pressão de ar
E a mulher
que não canta, berra
Para o
marido, o filho não levar.
A
Zulmira que é coxa e marreca
Vivia em
constante depressão
Até que o
acaso de uma “queca”
Por magia, resolveu
a situação.
E
a Micas que andava ao “gamanço”,
Um terror lá
para as bandas de Tomar,
Engatou um
velho feio e tanso
E agora já é lady acabada de casar.
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